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"Olisipo", Apartado 145, 1921. In-4º de 45-(1) págs. Encadernação moderna com capas de brochura. Ilustrado com o seu auto-retrato. Conserva as capas de brochura.
Encadernação inteira de marroquim verde, assinada Invicta Livro, com gravação a negro, no plano anterior, reproduzindo a capa de brochura. Ligeiro e leve aparo à cabeça. Raríssimos picos de acidez. Capa de brochura anteriro com antigo carimbo comercial eliminado (ver foto).
EDIÇÃO ORIGINAL de um dos mais raros títulos representativos da obra literária de Almada Negreiros.
Trata-se de uma das conferências que impressionou Fernando Pessoa, e que nesse mesmo ano viria a escolhê-lo para inaugurar a sua editora Olisipo.
Na página 12, lemos uma de muitas outras esplêndidas passagens:
" ... Sonhei com um paiz onde todos chegavam a Mestres. Começava cada qual por fazer a caneta e o aparo com que se punha á escuta do universo; em seguida, fabricava desde a materia prima o papel onde ia assentando as confidencias que recebia directamente do universo; depois, descia até ao fundo dos rochedos por causa da tinta negra dos chócos; gravava letra por letra o tipo com que compunha as suas palavras; e arrancava da arvore a prensa onde apertava com segurança as descobertas para irem ter com os outros. Era assim que neste país todos chegavam a Mestres. Era assim que os Mestres iam escrevendo as frases que hão-de salvar a humanidade. (...) Quando eu nasci, as frases que hão-de salvar a humanidade já estavam todas escritas, só faltava uma coisa — salvar a humanidade.” (p. 12).